A mãe foi para o mundo

Minha jornada pelo “mundo’’ começou no dia 2 de abril de 2023, em Recife. Mas comecei a escrever o livro em Bath, na Inglaterra, no mês de junho de 2024. Quase um ano e meio após eu atravessar o Oceano Atlântico.

Essa trajetória tem mais a ver com uma necessidade de desafio, de me reconhecer e de encontrar pessoas.

Mais precisamente, cheguei à Inglaterra no dia 13 de abril de 2023, alguns dias após completar 59 anos. Duas malas, uma mochila nas costas e a cabeça cheia de juventude.

Não era meu propósito colocar num papel o desenrolar dessa aventura – apesar de alguns amigos sempre sugerirem que escrevesse sobre ela –, pois nem sabia o que me aguardava pela frente.

No entanto, essa não é minha estreia nas escritas. Essa incursão pelo universo dos livros com poemas e prosas já faz um tempo, gosto de deixar a mente acessar o coração e colocar no papel o que a alma deseja comunicar.

Num momento de paralisação, do tipo oncotô e oncovô, embarquei no ato de escrever como um exercício de autoconhecimento. Me conectei às raízes, fiz do laptop a extensão dos dedos e dei início a essa outra jornada do reviver experiências por meio da escrita. Aqui narro, reflito, deleto, insiro o que a vivência imprimiu em minha alma. É uma tarefa que exige concentração para não me perder diante de dois contextos. Um objetivo e o outro subjetivo. Um aconteceu no mundo, convivendo com pessoas, e o outro se desenrolando paralelamente em meu interior, pela percepção.